| Resumo: |
O paciente dependente de cuidados apresenta risco para desenvolvimento de lesão por pressão (LP), sendo essencial o uso de tecnologias que visem a prevenção de lesões de pele. Objetivo: Analisar a efetividade da cobertura multicamada na prevenção de LP quando comparada a pessoas que recebem o cuidado convencional atendidas em unidade de terapia intensiva. Metodologia: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, desenvolvido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. A coleta de dados aconteceu entre 31 de janeiro e oito de março. Formaram parte do estudo pessoas maiores de 18 anos de idade, independente do sexo, grau de escolaridade e de condições de saúde pregressas. Realizada randomização e alocados em Grupo Intervenção – GI (utilizando curativos multicamadas) e Grupo controle – GC (Recebendo tratamento convencional). Foi utilizada câmera de termografia e dispositivo de impedância bioelétrica para avaliação da pele da região sacral, sendo utilizados em quatro momentos: entre as primeiras 24 e 48h de internação na UTI (medida 0), 24h após a primeira medida (medida 1), 48h após a primeira medida (medida 2) e 72h após a primeira medida (medida 3). Na inclusão foram aplicados instrumento de caracterização, escala de Braden para avaliação de risco para LP e instrumento de grau de dependência do usuário (GDU). Nos quatro dias foram aplicados o instrumento de acompanhamento e avaliação de pele, sendo que no último aplicou-se a escala de Braden novamente. Realizadas análises de descritivas e de inferência, sendo adotado 0,05 como nível de significância. Resultados: A amostra foi composta por 17 pessoas (oito do GC e nove do GI). Os participantes do GI apresentavam risco alto (62,5%) e muito alto (25%) para LP, necessitando de cuidados semi-intensivos (50%) e intensivos (50%), e o GC com risco moderado (33,33%) e alto (33,33%), demandando cuidados de alta dependência (55,6%) e intensivos (44,4%). Se identificou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p: 0,036), isto é, os que permaneceram com o curativo de multicamadas apresentaram melhora em relação aos valores de umidade quando comparadas às pessoas que receberam o cuidado convencional. Enquanto à termografia, pessoas do GI apresentaram menor variação de temperatura entre o primeiro e terceiro dia de avaliação (M: 41ºC), quando comprados ao GC, que apresentou maior variação e aumento da temperatura (M: 41ºC a 42ºC). Conclusão: O curativo multicamadas apresenta dados promissores em relação à preservação do microclima da pele, contribuindo com a prevenção de LP. Espera-se que em breve tenhamos dados mais significativos a partir da amostra completa da randomização. |
